Reinventar tornou-se o verbo preferido da Fritempo nos últimos meses. Novos produtos e soluções, capacidade de adaptação, e a coragem de arriscar em novos setores de atividade, levaram-na a conquistar novos segmentos de mercado.
A situação vivida nos últimos meses exigiu uma adaptação rápida por parte da Fritempo?
Tivemos uma interrupção de apenas uma semana que serviu para definir as medidas a serem tomadas. Vimo-nos perante diversos desafios, nomeadamente no caso do fecho das escolas, que teve um enorme impacto para os nossos colaboradores com filhos, que procurámos apoiar desde logo. Quanto às metodologias de trabalho propriamente ditas, no fundo já estávamos preparados para uma situação como esta. Temos todos os processos bastante digitalizados e portanto não foi difícil adaptarmo-nos. Evitámos, desde logo, reuniões pessoais, deslocações, aglomerados de pessoas e conseguimos, até, resolver imensas situações à distância.
O trabalho presencial trouxe novos desafios?
Neste momento, em termos de produção, já estamos a trabalhar a 100%. Estamos com trabalhos por todo o país e já voltámos a fornecer para as ilhas. Retomámos também a exportação para Cabo Verde, Angola, e Suíça. Com o trabalho presencial surgiram cuidados redobrados, quer através da obrigatoriedade de utilização de equipamentos de proteção individual, quer no respeito pelo distanciamento social no atendimento a clientes e fornecedores, assim como durante as instalações, em prol da segurança de todos.
O apoio aos clientes da área de hotelaria, distribuição e restauração revelou-se essencial?
Sem dúvida, nomeadamente na área do frio comercial e industrial. Ajudámo-los, inclusive, na adaptação, desenhando internamente alguns produtos à medida, como os tapetes para desinfeção à entrada dos estabelecimentos, barreiras de separação para dividir as zonas de circulação de clientes e funcionários, soluções para cozinha para criar distanciamento entre pessoas, entre muitas outras. Enquanto fabricantes temos essa capacidade e por isso acabámos por ser muito recetivos a sugestões e às preocupações dos nossos clientes.
Esta simbiose entre os nossos interesses e os interesses de quem nos procura é essencial.
São também uma referência na área do AVAC. É importante, agora mais do que nunca, desmistificar conceitos errados acerca da utilização do ar-condicionado?
Sim e a Associação Portuguesa das Empresas Restauradoras de Ar Condicionado acabou por ter um papel fundamental nesse sentido. O que tenho a dizer sobre isso é que uma boa desinfeção e uma boa manutenção são essenciais. Temos registado um aumento enorme de pedidos de clientes particulares e de empresas para realizarmos a manutenção dos seus sistemas AVAC. Esta desinfeção deve ser realizada por profissionais certificados, tendo em conta elementos que vão desde os sistemas anti-legionella, limpeza de condutas, limpeza de filtros, lavagem do equipamento, e em alguns casos, inclusive, a instalação de um sistema de ozono.
Tal como em todas as áreas, a especialização é a chave?
Claro. O mercado procura cada vez mais esta solução, o que nos levou a especializarmo-nos nesta área. Enquanto empresa instaladora, somos uma empresa certificada, portanto asseguramos um trabalho de qualidade, no aconselhamento, na própria instalação e no pós-venda. Somos diferenciadores porque conseguimos desenhar uma solução ideal para cada cliente, adaptada às suas necessidades específicas e fazer com que cada particular, ou empresa, tire o máximos partido e rentabilidade do seu equipamento.
Podemos dizer que este está a ser um ‘retomar’ positivo para a Fritempo?
Viemos de um ‘super 2019’, o nosso melhor ano de sempre, com resultados fantásticos, e um pulo qualitativo gigante para a empresa. Esta situação despertou algum receio em todos os empresários e, como muitas outras empresas, tivemos uma quebra de faturação inicial, mas neste momento estamos a retomar completamente e se as coisas continuarem neste ritmo acredito que 2020 pode vir a ser, apesar de tudo, um ano excelente para a Fritempo. A nossa vantagem tem sido a diversidade de valências que temos, trabalhamos em diversas áreas de negócio, o que nos levou, por exemplo, em plena pandemia, a fechar o maior negócio de história da empresa, um grande projeto industrial. Temos um conjunto de projetos em carteira neste momento, estamos também muito presentes no setor agroindustrial com as câmaras frigoríficas, foi uma área que disparou imenso, que acabou por compensar a perda que tivemos noutras áreas. Como somos fabricantes, acabamos por ter essa capacidade de nos ajustarmos com novos produtos e soluções. O nosso objetivo é trabalhar para o crescimento, continuando a adotar todos os cuidados, que abrandem a propagação do vírus.
João Oliveira
Sócio Gerente do Grupo Fritempo
Fonte: Revista Spot